Burnout

Burnout: 12 sintomas e dicas para evitar o esgotamento por conta do trabalho

Tem momentos na vida em que a única coisa que você quer é esquecer de todos os problemas. A rotina de trabalho se torna estressante, você tem dificuldades de levantar da cama e de executar suas tarefas cotidianas. Ter esse sentimento um dia ou outro é normal, mas quando isso passa a ser parte da rotina, temos um sinal amarelo.

As coisas começam a se complicar quando esse cansaço vira esgotamento e isso te impede de fazer as tarefas mais simples, tem até nome para isso: síndrome de burnout. Não ache que você está sozinho nessa, é um problema que interfere milhões de pessoas no mundo inteiro, chegando a entrar na lista de doenças catalogadas pela OMS a partir de 2022.

Será que você se identifica com alguns dos sintomas que vamos apresentar? Se sim, o negócio é ter atenção! A gente aqui do Sinta-se Mais te ajuda a buscar uma vida equilibrada e saudável, trazendo dicas de como evitar o esgotamento físico e mental – mas somos apenas parte da solução do problema. Procure ajuda profissional sempre que for possível e lembre-se: sua saúde física e mental está em primeiro lugar!

 

O que é a síndrome de burnout e qual seu significado?

O burnout é definido como um estado de exaustão física e mental que drena suas energias a ponto de te desmotivar, seja em relação à carreira profissional, relações afetivas, amizades e até interações familiares. Ela resulta da exposição contínua a situações estressantes, seja cuidar de um familiar doente, uma rotina exaustiva de trabalho sem pausas ou mesmo estar sendo bombardeado constantemente por notícias negativas. Basicamente, qualquer pessoa que vive hoje em dia pode estar suscetível a ela.

O termo deriva de duas palavras vindas do vocabulário inglês: burn (queimar) e out (fora), que juntas significam algo como “totalmente queimado”. Burnout era o termo usado informalmente para descrever os efeitos colaterais do uso de drogas ilícitas; mas isso mudou na década de 1970, com os estudos do psicólogo Herbert Freudenberger. Em suas observações, ele passou a usar a palavra para definir o estado de exaustão causado pelo excesso de trabalho por longos períodos.

Com o passar dos anos e o avanço dos estudos com especial atenção para a síndrome, foi observada uma prevalência maior do burnout em pessoas que exercem atividades bastante desgastantes e vivem sob uma pressão excessiva: professores, assistentes sociais, médicos e enfermeiros, profissionais de recursos humanos, bombeiros, agentes penitenciários, policiais e mulheres que trabalham fora e ainda ficam responsáveis pelas tarefas do lar.

 

Eu tenho burnout? Como identificar?

A síndrome acaba por afetar não apenas o psicológico, mas também o físico, portanto ela pode ser o vetor para o desenvolvimento de outras doenças. É bom lembrar que cada caso é um caso: nem sempre um paciente diagnosticado com burnout apresenta ao mesmo tempo, todos os sintomas listados abaixo; é preciso uma avaliação profissional para identificá-lo, ok?

A seguir, alguns dos sintomas mais comuns, divididos em categorias.

Sintomas mentais:

Cansaço mental excessivo, dificuldade de se concentrar, insônia, síndrome do impostor, sentimentos de fracasso, insegurança e incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento e fadiga (cansaço) são alguns dos sinais que podem aparecer em pacientes com esgotamento mental.

Sintomas físicos:

O corpo também te avisa quando ele está sobrecarregado. Portanto, é preciso ficar atento aos sinais, já que eles começam de forma branda e vão se intensificando na medida em que o quadro se agrava. Alguns dos principais sintomas são: fadiga (cansaço), dores de cabeça ou dores musculares frequentes, pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos.

Produtividade:

Esses últimos sinais são uma consequência natural dos anteriores. Alguém que não consegue dormir direito, tem insegurança e cansaço constantes, além de lidar com dores físicas frequentes, tende a “render menos”, é inevitável. Por isso, empresas que se preocupam com seus funcionários precisam observar quando profissionais com altas taxas de produção começam a apresentar queda vertiginosa e repentina em seus índices, assim como atrasos e até mesmo faltas constantes. Todos podem ser sinais de problemas relacionados à rotina de trabalho.

Estágios do burnout

Lembra do psicólogo Freudenberger que citamos lá em cima? Ele e a psicóloga norte-americana Gail North elaboraram uma lista, desenvolvida após uma série de estudos de observação com pessoas identificadas com a síndrome de burnout, que descreve a evolução do distúrbio em 12 estágios.

Mais uma vez: nem todo mundo que tem burnout passou por todas essas fases, nem nessa mesma ordem. A avaliação individual de um profissional capacitado sempre será a melhor alternativa. Agora que você sabe disso, vamos à lista.

1. Necessidade de provar seu valor:

Por conta da insegurança e síndrome do impostor que o burnout pode ocasionar, o profissional acaba tendo o impulso de querer demonstrar como seu trabalho é indispensável para aquela equipe ou empresa. A compulsão pode acabar despertando a antipatia dos outros colaboradores, isolando o indivíduo com burnout.

2. Trabalhar 24 horas por dia sem descanso:

Na Era do WhatsApp, parece ser difícil se desligar completamente do ambiente de trabalho, mas a coisa muda de figura quando isso acaba por se tornar uma compulsão. Os workaholics, viciados em trabalho, são mais suscetíveis a desenvolverem o distúrbio. Isso porque a sensação que fica é que o trabalho nunca acaba, pois a caixa de entrada do e-mail permanece cheia e as notificações de mensagens continuam aparecendo. Isso pode afetar o sono e causar ansiedade, consequentemente contribuindo para o cansaço.

3. Outras prioridades:

Quando o trabalho ou a função que lhe consome a maior parte de seu tempo passa a se tornar o centro das atenções, outros aspectos de sua vida acabam sendo deixados de lado. Por conta disso, atividades essenciais, como se exercitar, comer bem, sair com os amigos ou ir naquele almoço de família no domingo ficam de lado. O resultado é um profissional exausto, o que diminui sua produtividade, ao invés de aumentá-la.

4. Fugindo da questão:

A negação é um estágio comum em diversas síndromes, distúrbios e outras questões psicológicas e não deve causar espanto. No caso do burnout, como o profissional está o tempo inteiro querendo provar seu valor, é difícil que ele admita para outras pessoas que está tendo problemas. Às vezes, o sinal amarelo ou vermelho só acende quando sintomas físicos aparecem.

5. Descaracterização das prioridades:

Ter ambições profissionais é ótimo, mas elas não podem ser sua única meta de vida nem uma ferramenta de validação da sua autoestima. A pessoa afetada pelo burnout começa a ver momentos de descontração, hobbies e sonhos como coisas irrelevantes e que não merecem sua atenção.

6. Intolerância:

Uma consequência do estágio anterior é o menosprezo por quem não tem o mesmo ponto de vista que o seu. Quem não vê a profissão ou o emprego como prioridade é considerado relaxado e preguiçoso, até incapaz. Mais uma vez, os amigos e familiares podem começar a nutrir antipatia e se afastar de quem sofre burnout, por conta desse tipo de comentário.

7. Vida social restrita:

Com amigos e família distantes e o foco absoluto no trabalho, a pessoa com a síndrome passa a encontrar escape por outras vias, como álcool e outras drogas, ficando cada vez mais recluso.

8. Grandes alterações no comportamento:

É como se uma chave fosse ligada e a pessoa passa a se comportar de maneira oposta ao habitual. Os tímidos passam a demonstrar comportamento extrovertido repentinamente, os alegres ficam cada vez mais reclusos e apáticos. A mudança pode não ser percebida pelo paciente, mas as pessoas que o cercam notam rapidamente.

9. Despersonalização

O que antes era o foco em uma atividade específica passa a se tornar a total e completa apatia por qualquer coisa, até mesmo pelo trabalho. O individualismo e aquelas coisas que pareciam importantes para a pessoa antes, passam a se tornar irrelevantes.

10. Sensação de vazio interior:

Similar ao estágio anterior, mas ainda mais severo, já que as atividades são exercidas de maneira mecânica. Na ânsia de querer voltar a se sentir vivo, compulsões e hábitos danosos podem surgir nesse momento, como beber e usar drogas, comer desregradamente ou usar o sexo como válvula de escape.

11. Depressão:

Há muitos caminhos que podem desembocar na depressão – o burnout é um deles. A sensação permanente de vazio e a inabilidade de ver qualquer sentido ou direção na vida faz com que a pessoa fique paralisada.

12. Síndrome do Esgotamento Profissional:

No último estágio do burnout, há dificuldade de raciocínio, confusão mental e debilidade física extrema.

Como evitar o burnout?

Dizer “não se estresse” parece até piada diante da realidade: ele está posto e é difícil fugir. Mas evitar o esgotamento é possível. As dicas a seguir são para evitar o aprofundamento dos sintomas do burnout, mas servem também para muitos outros distúrbios psicológicos da contemporaneidade. Vamos lá!

Bote esse corpo pra se mover!

Quando a gente fala em fazer exercício, a primeira coisa que pensamos é na saúde física, nas taxas do sangue, em ser “fitness”. Mas os benefícios de uma vida ativa na saúde mental também existem e são até fáceis de notar. E não, não é preciso passar horas na academia para conseguir bons resultados nesse departamento. Caminhadas curtas e pequenas sequências, contanto que sejam feitas diariamente, já ajudam bastante.

O sedentarismo é um vilão do desgaste emocional, então é preciso se mexer mesmo que não seja durante aquela meia horinha de exercício diário. Faz muitas calls? Dá uma caminhada entre elas. Se for uma ligação por áudio, circule pelo ambiente, estique seus braços. Mora em apartamento? Suba e desça alguns lances de escada ao invés de usar sempre o elevador. Se alongue. Acredite, esses pequenos movimentos podem te ajudar muito a melhorar!

Mas se você quiser uma ajuda ainda mais profissional, o Molico te ajuda. Não sabe como? Através do programa de treinamento online chamado Método Move. Para conhecer, basta clicar aqui e começar a se movimentar.

Descansar sempre é bom!

Prazos e mais prazos, volume de trabalho absurdo. Sempre estamos com a sensação de que se levantarmos um minuto, não vamos dar conta de tanta demanda – mas sua saúde está em primeiro lugar. Se permita levantar a cada 20 a 30 minutos, tome uma água, espaireça, largue seu celular e respire, nem que seja por cinco minutos. Programar cronômetros para estabelecer essas pausas programadas pode te ajudar no primeiro momento. Depois disso, vira hábito!

Coma bem!

Uma dieta saudável, rica em ômega-3 e ácidos graxos, pode ser um antidepressivo natural. Alimentos como óleo de linhaça, peixes e nozes são seus aliados. Sabe quem também é seu aliado? Molico! Isso mesmo. O Molico Ômega 3, novidade da marca, além de ser rico em cálcio, é fonte de ômega-3.

Tenha cartas na manga

Lembra do que falamos antes sobre usar válvulas de escape danosas à saúde para tentar aliviar o estresse, como álcool e outras drogas? O conselho vale até para as coisas saudáveis. Nada contra tomar uma cervejinha, desde que seja de maneira controlada, ou ver aquela série “comfort TV” para dar umas risadas. Tem pessoas que usam o exercício como válvula de escape.

Mas vai que o orçamento apertou e não tem como pagar o serviço de streaming? Pandemia, sem poder ir ao bar. Torceu o pé e não dá para fazer aquela rotina de treino? Ter apenas um recurso para se manter saudável emocionalmente não é bom. O ideal é variar as opções. Assim como um bom prato precisa ser colorido e cheio de nutrientes, nossa rotina também precisa de novos e diferentes sabores para ficar mais animada.

Tente ter um sono de qualidade

Nossos corpos precisam de tempo para descansar e se recompor e é por isso que hábitos de sono saudáveis ​​são essenciais para o nosso bem-estar. Evite comer demais antes de dormir ou tomar estimulantes como a cafeína. É bom também estabelecer um ritual de relaxamento, com um bom banho, luzes apagadas logo cedo e, se possível, deixando o seu celular fora do quarto.

Tenha uma rede de apoio

Às vezes temos dificuldades em abrir nosso coração e falar dos problemas para os outros, mas isso é bem importante. Tente combinar de conversar frequentemente com os amigos mais próximos. Ouvir as questões deles também pode te ajudar a refletir sobre as suas.

Pode ser também um pai, uma mãe ou mesmo um grupo de apoio. Os seres humanos acabam encontrando caminhos e possibilidades através da socialização e esse tipo de conexão pode ser benéfica para todas as partes.

Faça terapia e procure ajuda profissional

Acompanhamento psicológico, em pleno 2021, ainda sofre pelo estigma de muitos, mas é um serviço essencial. Ter alguém que ouça suas questões de maneira objetiva, sem julgamentos, é essencial para poder tentar refletir sobre si mesmo. Um psicólogo é capaz de ver padrões que você não consegue enxergar e, aos poucos, fazer você próprio chegar a conclusões sobre suas próprias atitudes.

Assim como foi dito anteriormente, procurar profissionais especializados em saúde mental é essencial. Nunca faça automedicação ou inicie qualquer tipo de tratamento sem consultar um profissional. Procure na sua cidade instituições públicas e privadas, como universidades ou mesmo o SUS, que ofereçam atendimento psicológico gratuito: eles podem ser o primeiro passo para uma vida mais saudável – em todos os sentidos.

Perguntas frequentes:

O que é síndrome de burnout?

O burnout é definido como um estado de exaustão física e mental que drena suas energias a ponto de te desmotivar, seja em quanto à carreira profissional, relações afetivas, amizades ou interações familiares.

Por que este nome e quem fez esse diagnóstico?

O termo deriva de duas palavras vindas do vocabulário inglês: burn (queimar) e out (fora). Burnout era o termo usado informalmente para descrever os efeitos colaterais do uso de drogas ilícitas; mas quem o utilizou para identificar o distúrbio que conhecemos hoje foi o psicólogo Herbert Freudenberger, observando a rotina de trabalhadores exaustos com a longa jornada de serviço.

Como identificar se tenho burnout?

Existem vários sintomas: físicos, mentais e os de produtividade no trabalho. Fadiga, dores na cabeça e no corpo, sensação de fracasso e incompetência profissional e queda vertiginosa no desempenho do trabalho podem ser alguns dos sinais.

O que eu devo fazer caso tenha identificado sintomas da síndrome de burnout?

Evitar o estresse é difícil, mas uma rotina de atividade física, alimentação e espaços para repouso na jornada diária podem ajudar a evitar o esgotamento mental. Ainda assim, procure sempre a orientação de um profissional especializado em saúde mental, pois apenas ele pode cravar um diagnóstico do tipo.

Referências:

https://pebmed.com.br/sindrome-de-burnout-entra-na-lista-de-doencas-da-oms/

https://www.saude.ce.gov.br/2020/11/18/especialistas-do-hsm-orientam-sobre-prevencao-e-tratamento-da-sindrome-de-burnout/

https://forbes.com.br/carreira/2018/08/9-dicas-para-aumentar-sua-resiliencia-mental-e-evitar-o-burnout/

https://fia.com.br/blog/sindrome-do-burnout/

https://www.bbc.com/portuguese/geral-50913823

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-burnout-esgotamento-profissional/

https://www.healthline.com/health/mental-health/burnout-recovery

https://www.healthline.com/health/tips-for-identifying-and-preventing-burnout

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