Alimentos mais fortes para combater doenças

A síndrome da fome oculta já afeta 2 bilhões de pessoas no mundo[1] e é resultado de uma alimentação pobre em vitaminas e minerais. Embora tenha efeitos mais acentuados em pessoas que vivem na pobreza, o fenômeno avança globalmente.

No Brasil, achados do estudo Brazos, feito em 2009 em 150 municípios de todas as regiões do país, apontaram que a inadequação na ingestão de micronutrientes era de 50% para vitamina A, 80% para vitamina C e magnésio, 81% para vitamina K e 99% para vitaminas E e D.[2] Neste contexto, crianças e gestantes são as principais vítimas.

O poder dos alimentos fortificados

Em 2016, foi publicado o resultado de um estudo que avaliou crianças brasileiras de 10 a 14 meses de idade e detectou uma prevalência de 23,1% de anemia, 37,4% de déficit de ferro e 17,4% de deficiência de vitamina A.[3] Na sequência, a pesquisa avaliou o impacto da adição de um sachê contendo uma mistura de 15 micronutrientes na dieta de um outro grupo de crianças que recebeu essa intervenção. “Naquelas que receberam a chamada fortificação caseira, os déficits diminuíram. A anemia, por exemplo, caiu para 14,3%”, conta a nutricionista Maria Claret Hadler, professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás (UFG) e uma das autoras do estudo. O resultado impulsionou o Ministério da Saúde a incluir o sachê no plano de alimentação de crianças de 6 meses a 4 anos de idade que frequentam creches do programa Saúde na Escola em todo o Brasil.

Ainda no âmbito de ações de saúde pública, outra norma brasileira que foi atualizada determina a fortificação de farinhas de trigo e milho. “Elas devem ser enriquecidas com ferro e ácido fólico”, detalha Maria Claret. E o rótulo das embalagens deverá trazer a informação: “O enriquecimento de farinhas com ferro e ácido fólico é uma estratégia para combate da má-formação de bebês durante a gestação e da anemia”.[4]

O segredo da prevenção: consumo equilibrado de vitaminas e minerais

Para a indústria alimentícia, um dos principais desafios é garantir que os alimentos fortificados cheguem às populações mais vulneráveis. Isso sem contar o empenho em recorrer às mais recentes pesquisas e tecnologias para manter o produto saboroso, assegurando que ele tenha a quantidade ideal de micronutrientes – e de acordo com as normas locais e internacionais de fortificação. No Brasil, são fortificadas marcas de leite em pó e líquido, como Ninho, com vitaminas A, C, D, cálcio, ferro e zinco. “Além disso, estamos estudando a biofortificação, com foco em elevar o teor de micronutrientes dos alimentos já na criação e no cultivo, uma excelente solução para melhorar a nutrição de milhões de pessoas em todo o mundo de uma forma sustentável”, conta Patricia Siwajek, especialista sênior em Nutrição, Saúde e Bem-Estar no Nestlé Research Center.

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